segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia Mundial da Poesia 2011


No café trazem-me um copo com água
como se ele resolvesse todos os meus problemas.
É ridículo — penso — não há saída.
No entanto, depois de beber a água
fico sem sede.
E a sensação exclusiva do organismo
acalma-me por momentos.
Como eles sabem de filosofia — penso —
e regresso, logo a seguir, à angústia.

Gonçalo M. Tavares,
A Água

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