Depois do Cool Jazz Fest, CCB ou Paredes de Coura (se não me falha a memória), os Thievery Corporation regressaram ontem a Portugal para uma actuação no Coliseu. Muita energia e uma grande dedicação foi o que se respirou na sala da capital (três encores em que o último foi verdadeiramente uma decisão emocional imprevista em resposta à vibração de um público delirante é obra!). Um grande show do duo de Eric Hilton e Rob Garza que, para além dos músicos fixos, se fizeram rodear (como é hábito) de um punhado de convidados que coloriram o espectáculo com as cores do mundo.
É uma fórmula que tem resultado muito bem no dub dos Thievery Corporation e que aproxima o seu som da world music - North America meets Brazil meets India meets Africa meets Jamaica... - mas que deixa a sensação de que, à boa maneira americana, a dupla de Washington DC anda a fazer uma salada com o hinduísmo, o rastafarismo, o budismo, o psicadelismo e o socialismo (gritou-se de forma apoteótica el pueblo unido jamás será vencido) sem saber muito bem o que está por detrás da capa estética superficial que serve de roupagem ao seu som. Um grande concerto, apesar de tudo.
"Music exists for the purpose of growing an admirable heart." Shinichi Suzuki 17.10.1898 – 26.01.1998
Para os mais distraídos (ou mesmo para aqueles que não saibam japonês), o título deste post NÃO se refere a motos nem automóveis japoneses. Faz precisamente hoje 110 anos que nasceu Shinichi Suzuki, o precursor do famoso método Suzuki, pelo qual as crianças podem aprender música desde muito cedo (3-4 anos) só mais tarde recorrendo a pautas musicais, baseando-se para isso na sua observação de como as crianças aprendem a língua materna tão pequenas (ninguém ensina um bebé a falar através da leitura...).
Para ele, todas as crianças têm capacidade para aprender música e o seu potencial é ilimitado se lhes forem dadas condições propícias, equivalentes às que permitem se aprenda a falar. Suzuki acreditava numa educação integral e no poder da música para que essa educação fosse completa.
Os novaiorquinos Ezra Koenig (voz, guitarra), Rostam Batmanglij (teclas, guitarra, vozes), Chris Baio (baixo) e Chris Tomson (bateria) formaram os Vampire Weekend no início de 2006, quando estavam a terminar os estudos na Universidade de Columbia, nos EUA. Descrevem os seu som como Upper West Side Soweto, designação que condensa algumas da múltiplas influências que povoam a sua música, que vão do Indie Rock ao Afro-Pop, passando pelo Punk, New Wave ou Psicadelismo, com melodias vigorosas e ritmos sincopados que conferem ao seu som um carácter simples mas bem estruturado. Juntam assim, de forma inteligente, bastante diversão e a evocação de estilos musicais que nos transportam para sonoridades dos anos 60 até à actualidade. A não perder o álbum homónimo, de 2008, e a sua participação no Optimus Alive! deste ano, no dia 10 de Julho.